A região depende logisticamente de Rondônia para a entrada de insumos básicos, produtos manufaturados e, principalmente, combustíveis

O volume de chuvas acima da média registrado neste início de dezembro acendeu o sinal de alerta na região da Ponta do Abunã, divisa natural entre Rondônia e Acre. Com o Rio Madeira recebendo águas de seus afluentes durante o chamado "Inverno Amazônico", a Defesa Civil e a Polícia Rodoviária Federal (PRF) intensificaram o monitoramento do nível do rio para prevenir impactos na trafegabilidade da BR-364.
A rodovia é o principal elo logístico do Acre com o restante do país. Diferente de anos anteriores, quando a travessia dependia de balsas e sofria interrupções constantes durante as cheias, a Ponte do Abunã hoje garante a transposição segura. No entanto, a preocupação atual concentra-se nas cabeceiras e nas áreas de várzea próximas à rodovia, onde lâminas d'água podem ameaçar o tráfego em cotas muito elevadas.
Corredor Vital
Para o estado do Acre, a normalidade na Ponta do Abunã é questão de segurança alimentar e energética. A região depende logisticamente de Rondônia para a entrada de insumos básicos, produtos manufaturados e, principalmente, combustíveis. Qualquer intercorrência neste trecho da BR-364 pode gerar desabastecimento em Rio Branco e cidades vizinhas em questão de dias.
Histórico e Prevenção
Historicamente, o Rio Madeira atinge seus picos entre fevereiro e março, mas o comportamento hidrológico atípico deste ano exige antecipação. Equipes técnicas avaliam diariamente as réguas de medição. "O objetivo é garantir que o fluxo de exportação e abastecimento não sofra descontinuidade, mantendo a rota do Pacífico e a conexão regional ativas", informam fontes ligadas ao setor de logística.