O governo norte-americano afirmou que quase 2.000 pessoas alinhadas ao governo Maduro estão sujeitas a sofrerem novas sanções
O Departamento do Tesouro dos Estados Unidos anunciou nesta 4ª feira (27.nov.2024) sanções contra 21 aliados do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro (Partido Socialista Unido da Venezuela, esquerda). O governo norte-americano afirma que os alvos apoiaram e executaram ordens totalitárias do chavista. A lista inclui ministros do governo Maduro e militares venezuelanos. As pessoas sancionadas terão seus bens diretos ou indiretos em solo norte-americano bloqueados pelo governo. Instituições financeiras ou pessoas que fizerem negócios ou prestarem serviços aos alvos das sanções poderão também ser sancionados.
O governo norte-americano afirmou que quase 2.000 pessoas alinhadas ao governo Maduro estão sujeitas a sofrerem novas sanções por prejudicarem a democracia no país sul-americano, participarem de esquemas de corrupção e de violar os direitos humanos. Outro pacote de restrições está sendo organizado e será futuramente anunciado.
Os Estados Unidos anunciaram nesta quinta-feira (12) que sancionaram 16 membros do governo venezuelano e do Judiciário do país próximos ao presidente Nicolás Maduro em retaliação ao processo eleitoral do país, que Washington chamou de fraudulento.
As sanções foram as primeiras após as eleições de junho. Entre os nomes que foram sancionados, está a da presidente do Supremo Tribunal de Justiça do país, Caryslia Rodríguez. Rodríguez foi quem leu a sentença na qual o Supremo reconheceu a vitória de Maduro, disse não ter havido fraude eleitoral e determinou que as atas eleitorais, os boletins de urna da Venezuela, não devem ser tornados públicos.
Em julho, após as eleições, a Justiça Eleitoral do país declarou Maduro vitorioso, mas não tornou públicas as atas eleitorais, que registram os votos e resultados em cada local de votação. A oposição alega ter vencido com base em uma apuração das atas às que o grupo alega ter tido acesso através de representantes enviados às seções eleitorais no dia do pleito.
Além de Rodríguez, também foram sancionados os juízes Inocencio Figueroa, Malaquias Gil, Juan Carlos Hidalgo, Fanny Beatriz Marquez, Edward Miguel Briceno, além do promotores que Washington afirma terem envolvimento no resultado "ilegítimo e fraudulento" do pleito.
“Hoje, os Estados Unidos estão tomando medidas decisivas contra Maduro e seus representantes por sua repressão ao povo venezuelano e negação dos direitos de seus cidadãos a uma eleição livre e justa”, disse o secretário-adjunto do Tesouro dos EUA, Wally Adeyemo.
“O Departamento do Tesouro está mirando em autoridades-chave envolvidas nas alegações fraudulentas e ilegítimas de vitória de Maduro e sua repressão brutal à liberdade de expressão após a eleição, enquanto a esmagadora maioria dos venezuelanos clama por mudança. O governo Biden-Harris continuará a usar nossas ferramentas para responsabilizar Maduro e seus comparsas e apoiar as aspirações democráticas do povo venezuelano.”
O Departamento do Tesouro dos Estados Unidos, que aplicou as sanções, disse que os sancionados terão restrições no visto para entrada nos EUA.
No total, ainda segundo o Departamento do Tesouro, mais de 2.000 venezuelanos já foram alvos de sanções dos EUA, inclusive Nicolás Maduro e o presidente do Conselho Nacional Eleitoral (CNE, equivalente à Justiça Eleitoral do país), Elvis Amoroso, sancionados em 2017.